-
Arquitetos: Fran Silvestre Arquitectos
- Área: 165 m²
- Ano: 2020
-
Fotografias:Diego Opazo
-
Fabricantes: Acor, Cristalería Berol, Césped La Plana, Electricitat López Palau, Enrique Ferer Lighting, Fuster Alonso, Gandia Blasco, Geberit, JUNG, Matiz Concept, Mobisa Martinez Medina, Proinbal, Roca, Thasos, Tres, Utival
Descrição enviada pela equipe de projeto. Precisamos voltar aos tempos da ocupação moura da Península Ibérica para compreender a gênese das chamadas alquerías valencianas, tradicionais casas de campo afastadas dos povoados que, naquele tempo, passaram a concentrar boa parte da população da Ribera Alta, próximas à cidade de Valência, no nordeste da Espanha. Com o passar dos séculos, estes pequenos conjuntos de casas acabaram sendo incorporados pelas cidades em pleno processo de crescimento e expansão urbana, lugares que ainda hoje proporcionam uma qualidade de vida invejável devido à sua proximidade à natureza e as vantagens de se viver conectado aos benefícios que a cidade grande oferece. O projeto da Casa Pati Blau surge como uma reinterpretação desta tipologia. A forma irregular da parcela foi regularizada através da inclusão de pequenos espaços de apoio e instalações como uma academia e um depósito, liberando a faixa central do terreno para o projeto de uma casa ampla e integrada a um pátio lateral. Desta forma, o espaço térreo da casa se estende naturalmente em direção ao jardim e a piscina, desde onde os moradores podem usufruir do clima favorável destas latitudes.
As áreas privativas da casa encontram-se no pavimento superior, afastadas das áreas de uso comum do térreo para proporcionar uma maior privacidade aos moradores. Sua volumetria sólida, com aberturas pontuais, também opera como um instrumento de proteção dos espaços interiores em relação aos vizinhos próximos. Entretanto, procurou-se desenham uma fachada continua de formas simples e volumetria singela, permitindo uma leitura coerente para quem se aproxima da casa pela rua de acesso. De forma complementar, o espaço da garagem – recuado da fachada – funciona como um elemento de transição, criando um vazio sobre o qual volume da casa parece flutuar. Buscando inspiração no projeto de Alejandro de la Sota em Tarragona ou em muitos dos projetos criados por Aires Mateus, procuramos criar uma fachada geométrica onde os recuos são complementares aos avanços, onde a transparência se opõe a opacidade, criando um jogo de cheios e vazios que dissimula o peso da estrutura construída da casa.
Gostamos de pensar que esta casa nasce profundamente enraizada em seu entorno específico, como as tradicionais alquerías valencianas, aberta e integrada à paisagem e ao céu azul característico da região.